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O que a Harley-Davidson e a Honda podem te ensinar sobre a crise?

Hoje, elas são as duas empresas que mais vendem motocicletas ao redor do mundo. Porém, essa história de sucesso foi construída com muita superação, esses são dois cases que podem te ensinar sobre a crise.

A Harley-Davidson aposta em motos premium, altas cilindradas, diversas opções na personalização e um som de escapamento inconfundível, que quase chegou a ser patenteado.

A segunda colocada no mercado mundial, traz o custo-benefício como seu diferencial. Com uma linha completa de motos que vão desde as scooters até motocicletas custom de alta cilindrada, a Honda oferece a maior diversidade do mercado e é líder em vendas no Brasil.

São empresas que atuam no mesmo segmento, com estratégias completamente diferentes. Ambas conseguiram seu espaço no mercado e hoje faturam milhões todos os anos.

Se você quer saber como as grandes empresas – respeitando as características e particularidades de cada produto e serviço – conseguem mudar para sempre o seu posicionamento dentro do mercado em momentos de crise, então esse texto é para você. Conheça tudo o que a Harley-Davidson e a Honda podem te ensinar sobre a crise.


A águia voa sozinha

Em um barracão de três metros de largura por nove de comprimento começa a nossa história…

O ano é 1903 no município de Milhwaukee, em Winscoin, o mercado de motocicletas praticamente não existe e poucas pessoas conhecem a invenção que consistia em instalar um motor na estrutura de uma bicicleta.

Os irmãos Arthur e Walter Davidson eram dois entusiastas dessa nova cultura, e desde 1901, em associação com William S. Harley, tentavam construir um modelo de motocicleta que fosse de fato eficiente e não apenas uma invenção para curiosos.

Depois de muitos erros (acredite, até uma lata de sopa de tomate chegou a ser usada como escapamento), com mudanças profundas na concepção das motocicletas, incluindo a confecção de uma estrutura mais robusta que as bicicletas e motores potentes, os irmãos concluíram a primeira motocicleta da empresa.

O grande desafio era apresentar para o público esse novo conceito de motocicleta.

A estratégia utilizada é case de sucesso até hoje no mercado: A presença em eventos de nicho.

A Harley-Davidson começou a colocar as suas motocicletas para circulação dentro de corridas, onde pelas já citadas características da estrutura do produto, a vitória era certa.

Enfileirando premiações e novos fãs por onde passava, em pouco tempo a Harley-Davidson superou as 3 únicas vendas no ano inicial, para se tornar a líder do recém inaugurado segmento.

Uma história curiosa sobre a marca, é que justamente nesse período surgiu o seu apelido “Hog”, ou em português: porco. O motivo disso é que a equipe de corrida contratada pela Harley-Davidson tinha como mascote um porco.

Antes de chegarmos ao momento de decisão que mudou para sempre a história da marca, vale ressaltar como a sua imagem foi construída dentro do mercado, especialmente o americano.

No início da sua operação, a Harley-Davidson tinha como foco o público familiar, confeccionando um meio de transporte ágil e seguro, para que menos tempo fosse gasto com a mobilidade durante o dia a dia.

Com as quedas nos preços dos automóveis, especialmente após a depressão econômica, esse público que procurava por segurança e agilidade acabou por migrar de mercado.

O que manteve a Harley-Davidson como uma das grandes produtoras de veículos ao longo de toda a sua existência, foi a adesão de celebridades e uso das motocicletas no cinema.

Elvis Presley foi um dos primeiros a aderir a Harley-Davidson. A estrela do rock, símbolo de juventude e rebeldia, se transformou em um dos ícones da marca.

Marlon Brando em o Selvagem, Bruce Willis em Pulp Fiction e Arnold Schawarzeneger em O exterminador do futuro 2, são outros ícones que contribuíram para a imagem da Harley-Davidson no mercado.

A marca antes familiar e com foco em segurança, a partir dos anos 50 se transformou em um ícone de liberdade, ideia essa abraçada pela administração da empresa.

A Harley-Davidson é tão importante na história americana, que foi a primeira motocicleta dirigida por um soldado estadunidense na invasão a Alemanha durante a segunda guerra.

O slogan “A águia voa sozinha” símbolo da empresa é até hoje um dos mais reconhecidos de todo o mercado.


O momento de decisão

A maior crise da história da Harley-Davidson se inicia na década de 80, onde após a fusão com uma empresa americana na produção de motores, a empresa enfrentava críticas constantes nos seus novos lançamentos.

Na tentativa de expandir a sua operação, a Harley-Davidson passará de um símbolo de qualidade e rebeldia para apenas outra marca de motocicletas.

A concorrência das empresas japonesas piorava ainda mais a situação.

Após a família fundadora retomar o controle da empresa, voltando novamente o seu foco para um público específico, disposto a pagar mais pelas motocicletas em troca da garantia da melhor experiência possível de pilotagem, uma nova estratégia foi implementada.

Essa estratégia foi a criação do HOG, e não é uma criação de porcos, mas sim o Harley Owners Group, ou o grupo de donos de Harley.

Esses grupos de motociclistas recebem até hoje apoio total da marca, promovendo eventos que constituem o estilo de vida dos donos de Harley-Davidson e trazem a família para dentro do moto clube. Com mais de 700 mil associados, esses são os maiores compradores de motocicletas no mundo.

Não atoa a Harley-Davidson é a marca mais tatuada, tendo um papel significativo na vida dos seus clientes.

O estabelecimento de conexões online e offline com o HOG, garante para marca um mercado fiel, construção de uma imagem única e propagandas espontâneas.

Ainda sobre como a cultura pop sempre foi uma grande aliada da marca, o sucesso absoluto do Canal FX, Sons of Anarchy, dramatiza a história de um HOG.

Como não poderia ser diferente, as motos utilizadas na premiada série, são algumas das mais vendidas da marca.


Um dia alguém teve um sonho…

Duas empresas do mesmo segmento devem agir igual dentro de uma crise, certo? A visionária administração da Honda tem certeza que não.

Essa história começa no Japão em 1948, quando Soichiro Honda, fundou a Honda Motor CO. Ltda. A primeira motoneta criada pela marca, ia contra a tendência de altas cilindradas do mercado, a Dream D possuía 98 cilindradas e funcionava através de um motor de 2 tempos. Em 1951, a Dream D vendia cerca de 130 unidades por dia, um sucesso absoluto.

No ano seguinte, a Honda prosseguiu com o seu investimento em baixas cilindradas, lançando a F-Type, um modelo de apenas 50 cilindradas. As vendas dessa nova moto Honda, alcançavam as 6.500 unidades mensais.

Focando em um público diferente das suas concorrentes, como a própria Harley-Davidson, a Honda não apostava em um estilo de vida ou cultura específica para os seus produtos, mas sim em uma relação entre custo-benefício incomparável.

As motos da Honda se tornaram sinônimos de uma boa compra.

No Brasil, a marca foi uma das primeiras a atuar na venda de motocicletas, trazendo aquele que é o modelo mais vendido até hoje no país: a CG.

Dentro do Brasil a principal estratégia da Honda para melhor ainda mais a relação entre custo-benefício do produto, foi a produção nacional das suas motocicletas.

Mesmo que demande um grande investimento, a criação de um centro de produção próximo as lojas onde o produto será a vendido, justifica seu orçamento pelas economias na logística. Especialmente se o seu produto possui o foco no custo-benefício, e a administração da Honda é especialista nessa estratégia.

Atualmente a Honda está trabalhando na construção da sua segunda fábrica em São Paulo, onde a capacidade produtiva dentro do Brasil vai dobrar.

“Ação sem filosofia é uma arma letal; e filosofia sem ação não tem valor algum” – Soichiro Honda


O que a Honda pode te ensinar sobre a crise

Um dos segmentos mais afetados dentro de qualquer crise econômica é o de veículos. Com mais de 70 anos de sucesso, a Honda desenvolveu um plano padrão para problemas externos e incontroláveis, como o que estamos vivendo em decorrência do covid-19.

A Honda trabalha com alguns conceitos que garantem a rentabilidade e crescimento das vendas, mesmo em períodos de crise.

O primeiro deles como já citado, é a inquestionável qualidade dos seus produtos. Cada produto com o selo Honda, passa por um rigoroso controle de qualidade, garantindo que os índices de satisfação com a marca sejam extremamente positivos.

O Honda Civic por exemplo, é o carro mais amado pelos brasileiros conforme estudo publicado no site Quatro Rodas.

A pluralidade dos produtos da Honda também é impressionante. A empresa produz carros, motocicletas, motores para barco e até mesmo pequenos jatinhos particulares. Especializada em mobilidade, a empresa também trabalha em subsegmentos dentro de cada um desses mercados.

No caso das motocicletas, a Honda possui modelos para os iniciantes como as linhas de scooters PCX e a já citada moto esportiva CG. Para os amantes das estradas e trilhas com as linhas Off-Road NXR e CRF. E o mercado de customizadas com os modelos Shadow.

A relação próxima da Honda com os seus consumidores não se limita a um ótimo plano de marketing, a empresa trabalha com diversos serviços que facilitam a aquisição dos seus produtos, como o Consórcio Honda e o Banco Honda, ambos administrados pela própria empresa.

Esse suporte constante da marca em relação aos seus produtos, diminui a depreciação dos equipamentos ao longo dos anos, já que a marca continua oferecendo condições para o funcionamento dos seus veículos e peças.

Essa demora na depreciação, faz com que a Honda seja uma ótima marca para revendedores, aumentando mais o seu alcance ao redor do mundo.

A produção da Honda, também é realizada de forma diferenciada em relação a maioria das marcas no mercado. A Honda atua com o conceito de produção em baixos volumes, com incrementos graduais, garantindo assim que aquele processo rigoroso de qualidade, seja preservado.

Com esse conceito de produção a Honda ocupa 100% da sua capacidade de produção, sem gastar dinheiro com funcionários, equipamentos ou estruturas que sejam desnecessários. Como no ditado popular “um passo de cada vez” a Honda não atua sem antes planejar bem os seus passos.


As 3 maiores lições da Harley-Davidson e Honda (a 2 é imperdível)


1 – A segmentação correta do público faz toda a diferença, a satisfação do cliente é o principal motivo da sua empresa existir.

Ambas as empresas souberam identificar uma necessidade do mercado e se diferenciar no atendimento dessa demanda, toda a comunicação de ambas é pautada pelos desejos e anseios do seu público.


2 – A imagem da empresa é o seu bem mais valioso. Tanto a Harley-Davidson, quanto a Honda, enfrentaram crises graves dentro do mercado, o que manteve as vendas e garantiu a existência de ambas as empresas foi a percepção do público quanto os seus produtos.

Seja o significado de todo um estilo de vida ou a garantia de o melhor custo-benefício do mercado, o seu produto precisa ser sinônimo de determinada qualidade, caso contrário à sua empresa se torna descartável.


3 – As adaptações as mudanças dentro do mercado foram essenciais para o sucesso das empresas analisadas. Com novas necessidades surgindo, é necessário aumentar a possibilidade de escolha do cliente, desde o modo como ele conhece o produto até o que é vendido em si.

Nutrir constantemente o mercado com aquilo que as pessoas estão procurando é fundamental.

O texto que você está lendo é um exemplo disso, estamos te oferecendo um conteúdo que você precisa durante um dos momentos mais complicados das últimas décadas, por um meio que já é crucial para o sucesso de qualquer empresa: o digital. Há 20 anos, seria impossível ter acesso a um estudo sobre o que a Harley-Davidson e a Honda podem te ensinar sobre a crise, no conforto de casa.


Se você quiser saber mais

Para conhecer casos de sucesso como esses, que exemplificam a aplicação de teorias administrativas no dia a dia da empresa, e vão ajudar você a entender tudo sobre a crise e desenvolver um plano estratégico eficiente, assine a newsletter do Blog.

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Com as referências certas, esse momento de decisão vai levar a sua empresa rumo ao sucesso.

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