Depois de 5 anos, relembre um dos maiores cases de marketing viral da internet
“Charlie, Charlie are you here?’ Essa frase definiu uma das melhores estratégias de marketing viral da internet.
Se você está na internet há mais de 5 anos, com certeza já ouviu essa frase.
A misteriosa brincadeira paranormal que tomou conta do Twitter, Youtube e Vine no meio do mês de maio de 2015, até hoje é um dos melhores exemplos de marketing viral na internet.
Para você ter ideia do alcance que o suposto ritual teve no auge da sua viralização, em menos de 48 horas foram registradas mais de 2 milhões de postagens utilizando a #CharlieCharlieChallenge.
Se você ainda não conhece o objetivo de toda essa brincadeira e como muitas pessoas ganharam dinheiro graças ao misterioso espírito mexicano, então você precisa ler esse artigo.
Para quem já conhece a solução desse mistério, não deixe de ler a teoria por trás da elaboração da bem sucedida campanha de marketing viral.
O marketing viral não tem nada de sobrenatural
“o que é marketing viral?”, “marketing viral conceitos”, “marketing viral como funciona”, esses são alguns dos termos mais pesquisados sobre marketing viral na internet.
A dúvida das pessoas não permite negar: a maioria dos gestores se quer conhece o que é marketing viral.
Isso por que os gestores que sabem trabalhar com esse conceito, preferem continuar nadando de braçada no mercado, com a forma mais eficiente de se transmitir uma mensagem gastando pouco dinheiro
Em uma explicação técnica, o marketing viral corresponde as campanhas que utilizam a conexão entre as pessoas para se espalharem, onde o consumidor é o principal meio de transmissão.
Essa lógica vai além do mundo empresarial, a cultura humana historicamente passou por esse processo de comunicação.
O marketing viral é como aquela história que a sua vó contou para a sua mãe e a sua mão contou para você, se resumindo em uma comunicação que gera a interação entre as pessoas.
O grande desafio de elaborar uma campanha de marketing viral é motivar essa comunicação. Para isso, precisamos entender um pouco melhor o porquê de nos comunicarmos e o que diz a psicologia sobre os conceitos de marketing viral.
A psicologia aplicada ao marketing viral na internet
Como você estudou na aula de biologia, a comunicação é um dos maiores diferenciais da nossa espécie.
A comunicação foi a responsável por permitir a organização estratégica dos nossos ancestrais, sobrevivendo assim as adversidades do então perigoso mundo.
Povos primitivos
Naturalmente o nosso cérebro desenvolveu a comunicação como uma das suas maiores competências, a realidade como conhecemos hoje só existe graças ao instinto de compartilhar informações.
Mas, você já pensou por que compartilhamos informações uns com os outros?
Podemos dividir os fatores que nos levam a compartilhar informações em duas categorias: as essenciais e as que provocam prazer.
As essenciais como o termo sugere, são as informações aos quais permitem a nossa sobrevivência como ser humano.
Essas informações se classificam principalmente entre as educativas, assim como orientar uma criança que colocar o dedo na tomada não é uma boa ideia.
Campanhas de saúde normalmente se utilizam desse meio para viralizarem, trazendo informações novas que possuem um impacto direto na vida das pessoas.
Já as informações que provocam prazer, são as responsáveis por fortalecer a relação entre indivíduos, despertando emoções adversas.
Voltando aos nossos ancestrais, esse impulso por informações que causam algum tipo de prazer pode ser explicado como uma tática de sobrevivência, onde os indivíduos com mais relações interpessoais eram aqueles que ascendiam na sociedade.
Nas informações que provocam prazer se concentram a maioria das ações de marketing viral, bons publicitários são capazes de explorar a ampla gama de emoções capazes de fazer um cliente espalhar uma campanha para mais 5 ou 10 amigos.
Uma campanha genial e lucrativa
“A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido.” H.P Lovecraft.
Poucas sensações são tão fortes quanto o medo e isso não restringe a literatura. O medo libera o hormônio da adrenalina no nosso corpo, provocando uma cascata de reações que após a sua diminuição trazem o prazer.
E toda essa potência do medo em transmitir mensagens não foi esquecida pelos produtores do filme “A Forca” (The Gallows).
“A Forca”, filme do produtor dos sucessos Atividade Paranormal e Sobrenatural, Jason Blum, traz a história de uma lenda urbana sobre uma produção teatral em uma escola de ensino médio que não foi bem sucedida. O motivo desse fracasso? Um acidente que tirou a vida do jovem Charlie Grimille.
Como se a história do filme já não fosse assustadora o suficiente, os produtores tiveram a ideia de investir em uma campanha para promover um jogo paranormal.
Esse jogo consistia na lenda de um demônio mexicano chamado Charlie, onde ao montar um pequeno tabuleiro com papel e caneta e pronunciar a frase “Charlie, Charlie are you here?” seria possível conversar com a entidade.
A receita do sucesso estava pronta:
Qualquer um poderia realizar o desafio + uma lenda urbana envolvendo o imaginário popular + a ativação do medo como ferramenta de valor para a transmissão da mensagem.
A campanha fez tanto sucesso que acabou ultrapassando os limites do filme. No auge da brincadeira, a BBC chegou a realizar uma reportagem sobre o folclore mexicano para identificar se o tal demônio Charlie era realmente uma tradição, ou não passava de uma invenção da internet.
Algumas semanas depois, com o lançamento do trailer do filme, as coisas ficaram mais claras, na verdade o tal demônio mexicano não passava de um novo roteiro de Hollywood. Porém o impacto da campanha já tinha sido enorme.
Mas afinal, o marketing viral converte vendas?
O orçamento do filme “A Forca” foi de cerca de 100 mil dólares, já a bilheteria ultrapassou os 40 milhões de dólares.
Se a crítica não gostou da obra, o público precisava conhecer a tal história que inspirou o jogo Charlie Charlie.
Comparando com um dos maiores sucessos do gênero de terror lançado no mesmo ano, o filme “A Bruxa” (The Witch) custou quase 40x mais e mesmo assim lucrou 3 milhões a menos que esse caso incrível de marketing viral.
Com esse sucesso absoluto é impossível negar: o marketing viral é uma ferramenta poderosa para empresas que desejam vender muito com investimentos baixos.
Resumindo…
Agora que vimos um dos maiores exemplos de marketing viral dos últimos anos, vamos recapitular alguns conceitos para a execução dessas estratégias dentro da sua empresa:
Utilize a psicologia ao seu favor, aplicando os conceitos teóricos na elaboração da campanha.
A sua campanha deve causar uma forte emoção, incentivando assim a transmissão de informações.
Facilitar a comunicação também é importante, no caso do filme o jeito encontrado foi a criação de um “ritual” cuja qualquer pessoa poderia realizar na sua casa.
O uso do digital é imprescindível, a campanha Charlie Charlie não teria tido o mesmo resultado caso as pessoas não encontrassem vídeos de outras realizando o ritual.
Não esqueça de construir uma ligação entre a campanha e a sua empresa, se o objetivo for vender, destaque o seu produto seguindo todos os conceitos lidos durante o artigo.
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